Encontrei no ônibus uma garota cuja cor
do cabelo era incomum. Digo incomum porque não são muitas garotas que encontro
no ônibus que tenham essa cor em suas madeixas. Geralmente são três cores: Loiro,
preto e ruivo- Ah, o ruivo!!
É claro que existem outras cores, não
deixe ser enganado ou enganado pelo ingênuo homem que está escrevendo.
Verde me lembra de natureza, minha cor preferida
e fruta com gosto marrento. Nunca essa cor lembraria cabelo. Pois é. Já estou a
30 minutos no segundo ônibus que é rotina para mim e fiz questão de adicionar
CABELO às minhas lembranças. Como fui idiota por não ter pensado desta maneira.
Os trabalhos andam me ocupando de tal maneira que estou começando a ver o mundo
com olhos mortais. Um suicídio para quem escreve.
Depois do fato ocorrido e da minha
desatenção, voltei a perceber as coisas. A mulher ao meu lado tem cerca de 44
anos e suas roupas exalam um forte cheiro de cigarro. Seus dentes são branquíssimos
para alguém que fuma. Concluo que ela possui um marido que é fumante compulsivo
ou ela passa pela Brigadeiro de manhãzinha. As pessoas de lá parecem chaminés
ambulantes, fruto da Revolução Industrial, talvez. O que é certo é que se eu encontrasse
essa mesma mulher ontem, tamparia meu nariz e a julgaria como uma fumante que
usa o mesmo vestido decotado para fumar.
Logo mais desço na Alcântara, lugar
costumeiro para a minha pessoa. Fui convidado para ir a um restaurante vegano.
Sem dúvidas não recusei. Terça-Feira expulso carne do meu prato. Melhor assim,
falar de um dia sem carne ao invés de cabelos. Faz jus ao título.
( Logo mais recomendarei os pratos do restaurante )
( Será que lá tem alguém de cabelo verde? )
( Desculpe! )
Muito bom maninho
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