sábado, 15 de novembro de 2014

Contos de fim de ano - A máquina dos sonhos

Quando eu era garoto,brincadeiras na rua não faltavam.Tudo era motivo de diversão.Eu não sabia o que era amor e nem queria saber.Namorar então.... "o que é isso".Estou certo de que aproveitei bem a minha infância.E não existiam grandes responsabilidades.Minha única obrigação era inventar novas brincadeiras.
  A moda não me atingia como atinge as pessoas atualmente. " Chinelo no pé,camisa regata toda suja,tudo de bom para mim". Minha diversão era inventar histórias que nunca acabavam.Enquanto eu inventava minha mãe passava o dia inteiro na frente da máquina de escrever.Quando ela não estava escrevendo eu sentava naquele banco bem alto e me divertia fingindo ser um escritor.Conforme a tecnologia ia se avançando aquela máquina ia sendo esquecida.
  Minha juventude foi muito boa.Eu adorava enviar cartas a amigos meus.Bolei meus primeiros contos diante daquela máquina que mais tarde seria minha.Infelizmente, já naquele tempo,cartas já estava se tornando algo muito ultrapassado. " Não ligo,não vou parar de escrever cartas".
  Quando fiquei adulto perdi toda a minha facilidade de imaginar.Eu ficava por horas tentando bolar novas histórias e nada saia.Nem na hora de dormir - onde tudo faz sentido.Parei de sonhar.Me tornei o que mais temi na minha vida. "O bicho homem não pensa,não cria,não tem opinião própria;só acena e recebe ordens".
  E enquanto muitos querem crescer porque acham que será a melhor coisa,eu daria tudo para ter a minha infância de volta.Eu até achei que entenderia os adultos quando fosse um.O adulto perde a alegria da vida.Adulto é algo muito vazio.Qual a lógica de querer crescer se perderemos tudo de mais precioso que conseguimos durante a nossa infância: Sonhos.
  Sobre esse assunto é melhor parar por aqui.Bem... o mundo não para.Preciso ir,tenho uma pilha de trabalhos do serviço.Eu até tentei conversar com o meu chefe sobre sonhos mas ele deu risada da minha cara.Está ai mais um problema do bicho homem: Evitar a mudança;viver na mesmice de sempre.Guardei minha máquina no guarda-roupa.A fábrica de invenções se fechou.Tenho medo de nunca mais abrir

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